Faz parte da minha personalidade ser racional e observar detalhes. Uma das minhas observações, e que muito me entristece, é a de que os clubes de Lions vêm pensando pequeno, com mediocridade. Não cultivam uma visão ampla de todo o seu potencial, limitando-se a se tornarem clubes beneficentes.
E é em função desta realidade, que fiz questão de colocar, no blog do Lions Clube Cabo Frio, os termos Serviço e Cidadania, como um alerta a todos que o lerem. E nenhum dos dois termos, Serviço ou Cidadania, está atrelado a doações de cestas básicas (via de regra não mensais, porque a maioria dos clubes está falida) ou de brinquedos para Natal de crianças. A visão tem que ser mais ampla, fazendo-se um levantamento de qual é a maior carência da comunidade . Pergunta, aliás, que raramente é feita nas reuniões.
Dizem que sem dinheiro nada se faz. Pois sem dinheiro, muita coisa pode ser feita, desde que os Leões não se limitem a sair de casa apenas para as reuniões e se proponham a executar metas, a concretizar objetivos, a modificar , a fazer a diferença.
A maioria dos clubes se limita às atividades beneficentes, como a doação de cestas básicas, roupas e brinquedos no Natal, coleta de mantimentos, uma, duas, no máximo três vezes ao ano. Trabalho lindo, não é? Mas estarão atendendo plenamente à comunidade? Não, porque não complementam este trabalho com a atividade que faria a diferença.
Em minha presidência, também falha neste ponto, logrei, pelo menos, dar o presente que a comunidade queria: encampar o projeto da voluntária Ophelia Curvello e transformar uma simples cessão de espaço em atividade básica do Lions: a escola de balé, que passou a ser o Balé da Comunidade. Tem sido sucesso, aberto portas, levado o nome do LC Cabo Frio e da Professora Ophelia à mídia, levantado o nome do Lions em todo o município e ainda dá filhotes, pois arrecadamos alimentos a cada apresentação, embora alguns achem que a atividade beneficente já seria o bastante para justificar um clube de Lions.
Falta de visão histórica, pois foi através do Balé que alcançamos popularidade, que já diplomamos uma aluna, aproveitada pela Prefeitura no chamado "Projeto Paif", que leva o balé a escolas municipais localizadas em regiões pobres e de difícil acesso. Ou seja, a Prefeitura percebeu o potencial do que fazemos e nos copiou.
Da mesma forma, vejo em outros clubes a existência de idêntico problema: a falta de sensibilidade para perceber qual a maior carência da comunidade e a ausência de aproveitar o potencial dos Leões e carreá-lo para um projeto único, constante, que se transforme no marketing do clube junto à comunidade, levando-a a conhecer e a admirar aquele clube de Lions.
Vejam bem, quando eu uso a palavra "marketing" é porque temos que vender a idéia do Leonismo. Já cansei de ouvir, em vários municípios, de que Lions é elite, clube de festas que nada faz pela comunidade, que quem está fazendo alguma coisa é a Igreja (geralmente Pastoral do Menor), conceitos emitidos, às vezes, por pessoas que têm perfil de Leões.
Eu me preocupo muito com os que debandam, mas me preocupo mais, ainda, com os que não entram, e que, no entanto, trabalham junto a ONGs, às Igrejas ou à Maçonaria. E por que se recusam a trabalhar junto ao Lions? É preciso "vender" a idéia de que ser Leão é bom mas, para isto, é necessário que saibam que existe um clube de Lions no local e que tipo de obra este clube está realizando. É preciso que o sintam potente e, para tanto, o binômio OBRA-MÍDIA é um caminho, como outros caminhos podem ser encontrados, dependendo da vontade e da criatividade dos Leões. Antigamente, nas posses de Diretoria, o Prefeito comparecia; depois passou a mandar representante; hoje em dia, nem isto. Verdade ou mentira?
A obra é, pois, um dos itens mais importantes de um Clube, não a obra que o CLUBE quer fazer, mas aquela que a COMUNIDADE quer que ele faça. Este é o verdadeiro espírito da frase Nós Servimos.
CaL Rosinha Menezes, março de 2007
No dia 06 de agosto, a Professora Ophelia Curvello tomou posse como Companheira Leão.
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